que estado de espirito é esse afinal?
tudo o que eu penso ultimamente é cinico, não é meu pensamento, é aquela vozinha lá no fundo que julga os meus pensamentos que anda falando mais alto. e eu que sempre soube mas nunca liguei de ver o mundo como um lugar onde o bem (o que é o bem afinal?) é possível, ando pensando só o pior das pessoas. porque não são meus pensamentos, é aquela voz no fundo que julga eles que eu tenho escutado.
alguem falando do visual, de mudanças, alguem com ciumes, alguem triste por que queria estar em um lugar com uma jukebox bebendo whisky, alguem bebendo whisky querendo ter uma familia, causas pelas quais lutar, reclamações sobre o obvio e ululante frio (alguem discute sobre como todo mundo acha que que o frio é tão melhor no calor, alguém lembra sobre como todo mundo também reclama do calor quando está calor), anoitece as 11pm no canadá, foto das garotas bonitas no verão em lugares que você queria viajar mas sempre se pergunta se algum dia vai conseguir sair dessa vidinha mediocre, reclamações sobre o quão futeis são as pessoas (reclamar no facebook adianta?), corrente contra o cancer (porque ele vai ver que ninguem gosta dele e ir embora), genialidade tão longe da realidade (como isso é possivel?), reclamações sobre trabalhar demais, reclamações sobre não ter trabalho, reclamações sobre empregadores abusivos, reclamações sobre música ruim e a injustiça do universo. e os protestos, as infindáveis marchas contra isso e pró aquilo e aonde mesmo estavamos indo? ah sim! apanhar.
entende?(é óbvio que não, diz a voz. se alguem entendesse eu poderia escrever um livro) mesmo essa verborragia incontrolada é justamente o motivo pelo qual eu venho aqui tentar explicar que não entendo.
a voz diz: será que as pessoas não percebem o quão sem sentido é tudo isso? porque elas continuam fazendo exatamente as mesmas coisas de sempre enquanto reclamam de não alcançar resultados diferentes nunca?
a cabeça fechada das pessoas que só percebem a vida como um caminho traçado (de certa forma, ou com certeza, ou sei lá o que, sim traçado) e se você sai dessa reta da qual você deve viver, se você tem menos medo, se você se doa mais, se você procura a verdade abaixo das coisas (e acha que acha), se você só gostaria que as pessoas julgassem menos (e essa voz irritante na sua cabeça fosse menos incisiva) então você é ingenuo, você não sabe como as coisas são porque você não escuta a grande voz da chateação, a voz da ética (ou da moral? eu nunca lembro qual não vem de você - ah, perai, nunca entraram em um consenso) na qual é válido magoar outro ser humano porque ele não age como as outras pessoas te disseram que ele deveria agir e você acreditou e passou adiante.
porque você tem que nascer, viver a vida toda como te disseram e ser feliz dessa maneira, sem ninguem nunca te dizer como ser feliz mas te dizendo o tempo inteiro como viver. porque os atos de alguem que não é você te magoam tanto? porque é impossivel aceitar que é possivel gostar de alguem mesmo gostando de outra pessoa (e o ciume te corrói, porque você ama mais). porque é tão proibido amar alguem que não te ama?
é essa reclamação de sofá (exatamente igual a minha aqui e agora) que me irrita demais. porque você reclama e não age. porque você reclama e escuta todos os conselhos sobre como mudar a situação mas não age, não pode agir por causa do medo. e o medo é a coisa mais sem sentido.
reclama da falta de amor, mas se recusa a deixar ela entrar, cada mínimo defeito é razão pra lembrar do abandono anterior (consequencia de um defeito X jamais percebido antes) e o medo de sentir isso denovo. reclama da vida rotineira mas se recusa a tentar aquelas coisas das quais ouviu falar porque ficar aqui assistindo esse filme é melhor, afinal lá fora existem os lobos e a morte e vamos todos nos trancar em casa. argh, isso nem faz sentido. o que me irrita é esse amontoado de clichês e o fato de que ninguém, absolutamente ninguém vai entender o que eu quero dizer.
ninguém vai chegar até esse ponto do texto (podia ter um ponto final aqui - e como me irrita demonstrar essa insegurança ou achar que alguem vai achar que eu ligo. ou ligar) e mudar, ou menos: pensar. ninguém vai chegar até aqui e decidir ser sincero.
a futilidade não é o problema (não acho nem desnecessária). o esconder, o negar, esse e o problema (dentre tantos) e a futilidade de tanta gente gritando coisas sem sentido em cima disso me irrita demais (porque?).
e o medo. de outras pessoas que são iguais a você (mas fingem que não são porque ser você é ruim).
isso é o que a voz diz, nada muda.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
the art of losing isn't hard to master
percebi que desde que eu perdi aquela noções certinho de como as coisas iriam acontecer (acho que no fundo eu sempre acreditei que o destino era casar e se acomodar) as coisas começaram a acontecer. quero dizer, eu cresci.
é esquisito né, falar isso. esquisito falar que eu cresci e sentir respeito pelos meus pais mas não medo. pensar e saber com tranquilidade que a vida é minha, que se alguma coisa acontecer eu não vou precisar sair correndo, precisando de ajuda porque eu aguento o tranco.
também é legal perceber a diferença que faz se relacionar com milhares de pessoas diferentes e só ser livre.
acho que esse post assim, sem detalhe algum é a coisa mais irritante que existe nos blogs, pra uma pessoa curiosa (como eu) é quase uma tortura não saber os detalhes por trás de cada frase mas ao mesmo tempo eu penso, pra que?
a verdade é que eu não escrevo mais como antes e tenho mesmo medo de perder essa coisa que eu acho que me faz unica, mas acho que eu me sinto muito mais unica sendo a unica que me ama do que quando eu acho que alguem me ama e quero não chatear a pessoa. ai sei lá, parece tão ridiculo simplesmente falar esse tipo de coisa porque é obvio mas é o que eu percebo agora.
acho que o titulo do post afinal está errado. o poema argumenta e argumenta sobre a pequena dificuldade em dominar a arte de perder enquanto a obvia verdade é de que é a perda foi a maior de sua vida e é dificil até mesmo escrever sobre o fato. não é assim que eu me sinto, o titulo deveria ser crescimento.
e ainda, enquanto na verdade eu adoro escrever todos os detalhes sórdidos dos meus mínimos pensamentos, me dá muito mais vergonha de publicar esse post que é praticamente ininteligível, porque ele fala muito mais.
é esquisito né, falar isso. esquisito falar que eu cresci e sentir respeito pelos meus pais mas não medo. pensar e saber com tranquilidade que a vida é minha, que se alguma coisa acontecer eu não vou precisar sair correndo, precisando de ajuda porque eu aguento o tranco.
também é legal perceber a diferença que faz se relacionar com milhares de pessoas diferentes e só ser livre.
acho que esse post assim, sem detalhe algum é a coisa mais irritante que existe nos blogs, pra uma pessoa curiosa (como eu) é quase uma tortura não saber os detalhes por trás de cada frase mas ao mesmo tempo eu penso, pra que?
a verdade é que eu não escrevo mais como antes e tenho mesmo medo de perder essa coisa que eu acho que me faz unica, mas acho que eu me sinto muito mais unica sendo a unica que me ama do que quando eu acho que alguem me ama e quero não chatear a pessoa. ai sei lá, parece tão ridiculo simplesmente falar esse tipo de coisa porque é obvio mas é o que eu percebo agora.
acho que o titulo do post afinal está errado. o poema argumenta e argumenta sobre a pequena dificuldade em dominar a arte de perder enquanto a obvia verdade é de que é a perda foi a maior de sua vida e é dificil até mesmo escrever sobre o fato. não é assim que eu me sinto, o titulo deveria ser crescimento.
e ainda, enquanto na verdade eu adoro escrever todos os detalhes sórdidos dos meus mínimos pensamentos, me dá muito mais vergonha de publicar esse post que é praticamente ininteligível, porque ele fala muito mais.
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